domingo, 26 de abril de 2009




















Crime Ambiental no Km7: floresta com a árvore símbolo de Teresina é derrubada.

Crime Ambiental no Km7: floresta com a árvore símbolo de Teresina é derrubada.

Fazemos planos e mutirões às claras, na luz do dia, para colorir de verde a Cidade Verde. Mas há quem, nas sombras, escolha o domingo em que descansamos o corpo para nos ferir a alma.
Domingos sem o Verde da esperança. É assustador. Os domingos de Teresina estão sendo escolhidos para o festival nocivo da derrubada de árvores, assim mesmo, no plural. Recentemente, foi uma figueira centenária no Centro da Cidade. Agora, também no domingo, mais um desavergonhado crime ambiental. No quilômetro sete, a 400 metros da Polícia Rodoviária Federal e a menos de 300 metros de uma placa de boas vindas à Teresina, uma contradição está exposta. Caídas ao chão, centenas de árvores tombaram sem defesa nem testemunhas. Mas ainda há o que salvar.
A última área protegida de Mata original do Cerrado, em plena Chapada do Corisco, está sendo derrubada por tratores. A cidade merece tratamento melhor. Alguém, que autorizou isso, deve ser imediatamente desautorizado. Sendo um ato clandestino e ilegal, deve ser suspenso. Enquanto ainda há o que proteger de pé.
Os oportunistas de plantão estão nos tirando uma oportunidade: a da Zona Sul ter um Parque Natural, nativo, original, onde se possa respirar ar, dissolver o estresse, encontrar amigos, festejar a Vida. Segundo o Biólogo Alberto Jorge, Dr. em Botânica do Instituto TROPEN e da Universidade Federal do Piauí, o local é uma das “últimas áreas que testemunha a mata original do Cerrado de Teresina”.
Neste domingo(26.4), com a Vereadora de Teresina, Teresa Brito (PV), o Presidente da FUNCERRADOS, o Advogado Antônio Ribeiro Neto e a Presidente da Comissão do Meio Ambiente da OAB Piauí, a Advogada Roberta Andrade Ferreira, estivemos em campo. “Essa derrubada é a contradição entre o Discurso do Verde e a prática atual da administração do Meio Ambiente em Teresina”, disse Teresa Brito. Diante da raiz exposta de um caneleiro (a árvore símbolo de Teresina) derrubado por trator de esteira, uma voz indignada: “protestamos com essa atitude e vamos acionar o Ministério Público e até entrar com uma Ação Cautelar para suspender a autorização e a justificativa dessa derrubada”, afirmou Roberta Andrade Ferreira, da OAB. Tombadas pela força da lâmina do trator, dezenas de faveiras de bolota, árvore típica do Cerrado, expõem o solo à erosão da chuva. “Esse cenário é um péssimo exemplo de Boas-Vindas para a entrada de nossa cidade e um descaso com seus habitantes da Zona Sul. Coelho Neto, que chamou Teresina de Cidade Verde, incluindo todos nós, fomos insultados”, declarou Antônio Ribeiro Neto, da FUNCERRADOS.
O Prefeito Sílvio Mendes é um homem frondoso. Até na China. Fez uma escolha técnica para a direção da Secretaria do Meio Ambiente de Teresina. Apontou para o Agrônomo Clóvis Freitas, um crente e praticante de eco-educação, dedicado e determinado plantador de árvores. Mas onde está a outra parte da política ambiental? Por ser moto, certamente a serra tem mais velocidade em derrubar que a mão da gente em plantar. Com árvores é assim, essa disputa desigual.
A prática sorrateira de derrubar árvores nos domingos, dias santos, feriados e qualquer dia, em Teresina, tem que ser arrancada. Pela raiz. Caso contrário, vamos mudar de vez o texto do Hino da Cidade. Certamente, assim sendo, procurem outro letrista. Não é mesmo, Cinéas Santos?

quarta-feira, 22 de abril de 2009

DIA DA TERRA


Dia Mundial da Terra - 22 de Abril
por Roberta Ferreira

O planeta é, sem dúvida, resiliente e abundante, e os indivíduos há muito se adaptaram a seus ciclos naturais de mudanças.
No entanto, precisamos refletir nossas atividades. Muitas delas deixam rastro de poluição que ameaçam as gerações futuras e nosso estilo de vida. Raramente, pensamos a respeito - exploramos e queimamos combustíveis fósseis, empregamos susbstâncias químicas na manipulação de produtos e alimentos, poluimos nossos rios, etc.
Avaliar nosso comportamento, precário com o meio ambiente, é imprescindível.
Pois, na melhor das hipóteses, as gerações futuras serão forçadas a dedicar seu tempo, seus recursos e um grande esforço para lidar com as consequências das nossas escolhas. Na pior, a sobrevivência das próximas gerações estarão em risco.
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domingo, 19 de abril de 2009

O melhor país do mundo para os negócios é ecologicamente correto

Pelo segundo ano seguido, revista americana Forbes elegeu a Dinamarca com “o melhor país para fazer negócios”. É um dos países mais avançados em medidas ambientais. A escolha é um sinal de que uma política ativa contra as mudanças climáticas faz bem para a economia, como nota o blog Climate Progress.A Dinamarca tem o mais rígido compromisso do mundo para reduzir suas emissões de gases resposáveis pelo efeito estufa. O país deve emitir, entre 2008 e 2012, 20% menos do que lançava na atmosfera em 1990. Isso será conseguido com um esquema de trocas, onde as empresas que foram mais eficientes nos cortes podem vender cotas excedentes para outras mais atrasadas. É o chamado mercado de carbono.Além disso, a Dinamarca tem uma meta de tirar 20% de sua energia de fontes renováveis até o fim de 2011. As medidas para aumentar a eficiência energética são tão ousadas que, segundo a ministra da Energia, Connie Hedegaard, “quando chegar ao ano de 2025, o país terá passado 50 anos sem aumentar seu consumo total de energia”.Se mais países seguissem esse exemplo, teríamos motivos para ficar mais otimistas.Fonte:http://colunas.epoca.globo.com/planeta/2009/04/16/o-melhor-pais-do-mundo-para-os-negocios-e-ecologicamente-correto/

domingo, 5 de abril de 2009














“De onde vem a nossa água?” Essa foi a pergunta que motivou o casal Gérard e Margi Moss a começar a terceira fase do projeto Brasil das Águas - depois de terem realizado um estudo completo sobre a qualidade das águas brasileiras na primeira etapa e feito um trabalho de conscientização com a população ribeirinha sobre a importância da preservação dos rios.De agosto de 2007 a março deste ano, eles percorreram, em seu avião monomotor, juntamente com uma equipe de especialistas do CENA – Centro de Energia Nuclear e do CPTEC/INPE – Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, a trajetória dos vapores de água que saem do Oceano Atlântico, chegam à Amazônia, são “reciclados” e distribuídos para o restante do território brasileiro e da América Latina, até o limite da cordilheira dos Andes. Batizadas de Rios Voadores, essas correntes de vapor d’água também deram nome ao projeto. A bordo, nas doze expedições realizadas, ia também um equipamento com tecnologia inovadora, desenvolvido pelo CENA, que coletava amostras de vapor d’água, transformando-as em gotículas, que eram posteriormente analisadas por uma equipe de cientistas e acabaram por responder à pergunta inicial. O trabalho é pioneiro no mundo e ajudam a aumentar o entendimento sobre os processos meteorológicos, assunto ainda pouco estudado no Brasil. Com a quantidade de dados coletados nas mais de 1000 amostras de gotículas de água durante um ano e meio de trabalho, ainda é possível se chegar a muitas conclusões daqui em diante. De todo modo, os primeiros resultados são claros ao revelar os impactos que a existência da floresta amazônica exerce sobre o clima e a quantidade de chuvas no restante do país, especialmente nas regiões Sul e Sudeste, assim como em outros países da América do Sul.
Engana-se quem pensa que as chuvas que ocorrem no Brasil são provenientes apenas da umidade que vem do oceano Atlântico e se condensa no continente. Boa parte delas se origina da evaporação e da transpiração da floresta amazônica, que formam uma quantidade enorme de vapor de água que se desloca da região Norte até o Sul do país. Funciona assim (veja a animação): os ventos alísios empurram a umidade vinda do Atlântico para a Amazônia e provocam chuvas na região. Do total de chuvas, 25% alimentam os igarapés, 25% são retidos pelas folhas e 50% são absorvidos pelas árvores – esses últimos 75% voltam para a atmosfera em forma de vapor d’água, por meio da evaporação e da transpiração. Esses vapores são transportados pelos ventos até a cordilheira andina, que funciona como uma barreira natural e redireciona o percurso da umidade para o Norte da Argentina, o Uruguai, o Sul e o Sudeste do Brasil. O volume de vapor d’água produzido pela floresta é imenso – cada árvore de grande porte “evapotranspira” até 300 litros de água por dia! No total, são cerca de 20 bilhões de litros de água lançados na atmosfera todos os dias pela Amazônia, mais do que a vazão do Rio Amazonas – o maior rio do planeta! Em uma das expedições, Gerard e sua equipe conseguiram acompanhar o percurso de um rio voador desde Belém até a cidade de São Paulo. Desta vez, 3.200 m³ de água eram transportados por segundo da Amazônia até a capital paulista. Em um dia, esse rio voador levou a São Paulo um volume de vapor igual ao consumo de água dos paulistanos por 115 dias ou a 27 vezes a vazão do Rio Tietê. Os estudos ainda não determinaram quantas vezes por ano um rio voador passa pelas cidades brasileiras, de todo modo, sempre que esses rios voadores estão na atmosfera, o volume de vapor d’água e o potencial para a ocorrência de chuvas ficam bem superiores à média dos dias em que eles não estão presentes e a umidade resulta apenas das correntes que vêm do oceano.
O MAL DO DESMATAMENTO
O projeto também constatou que a Amazônia, cujo território corresponde a 56% das florestas tropicais da Terra, ameniza o aquecimento do ar, já que 40% dos raios solares que incidem sobre ela são utilizados para a evaporação da água. Quanto menor a quantidade de árvores, mais raios solares servirão para esquentar o ar. A existência da floresta ainda é o que proporciona uma melhor distribuição da umidade do ar ao longo do ano. Isso porque, em dias em que pouca quantidade de vapor d’água entra no continente, as raízes das árvores amazônicas buscam água subterrânea e mantêm seu nível de transpiração, garantindo que os rios voadores continuem a cumprir sua trajetória. Esse fenômeno não acontece com as árvores das regiões de pasto, que tem raízes menos profundas e sofrem com a estiagem. Os Rios Voadores constataram que o Pantanal também é uma região que recicla os vapores de água, já que 85% das chuvas que caem ali retornam para a atmosfera por meio da “evapotranspiração” – os outros 15% alimentam o rio Paraná. Essa umidade chega a São Paulo em cerca de 24 horas e pode fazer chover na cidade. Ainda não é possível prever exatamente o que aconteceria com o Sul e o Sudeste brasileiros com a degradação das florestas – nos últimos 30 anos, cerca de 600 mil quilômetros foram desmatados na Amazônia – , mas é certo que isso aumentará a incidência de eventos extremos, como grandes tempestades e fortes secas.
Fonte: Editora Abril - Planeta Sustentável

PROJETO ÁGUAS DE MARÇO - RIO PARNAÍBA













O projeto "Águas de Março", idealizado pela OAB-PI em parceria com órgãos de defesa do meio ambiente, aconteceu durante toda a manhã de sábado (28), com início no Iate Clube de Teresina e encerramento no Parque Ambiental Encontro dos Rios. O evento é uma homenagem ao Dia Mundial da Água, comemorado no último dia 22, e tem por objetivo alertar a população e as autoridades sobre os problemas enfrentados pelo Rio Parnaíba, como o assoreamento e a poluição por esgotos, e pedir soluções para isso. Para o presidente da OAB-PI, Norberto Campelo, o Rio Parnaíba é o maior patrimônio do estado do Piauí, devendo ser preservado para as futuras gerações. “Sem o Parnaíba não há condições de vida nessa região que é banhada por ele. Queremos chamar a atenção das autoridades e da população para a importância de preservá-lo, para que as próximas gerações possam usufruir das suas riquezas”, afirma. O evento foi marcado por um passeio fluvial, que saiu do Iate Clube de Teresina, chegando ao Parque Ambiental Encontro dos Rios, onde se iniciou um ciclo de debates sobre a questão ambiental. Além da OAB-PI, participaram do passeio e do debate representantes das secretarias de Meio Ambiente estadual e municipal, da Câmara de Vereadores de Teresina, do Partido Verde, da Assembléia Legislativa do Piauí, do Ibama e ambientalistas, como os da Fundação Rio Parnaíba, Fundação Velho Monge e ONG Mais Vida. Os participantes do "Águas de Março" puderam verificar in loco os problemas de poluição do Rio Parnaíba, pois ao longo do passeio fluvial foi possível observar dejetos flutuando no leito do rio. Para a presidente da Comissão do Meio Ambiente e Recursos Hídricos da OAB-PI, Roberta Ferreira, esse evento tem o saldo positivo de conscientizar populares e autoridades para a necessidade de se preservar nossos recursos naturais, em especial o rio que atravessa todo o estado do Piauí. “O nosso trabalho em defesa do Rio Parnaíba será permanente, e o Águas de Março acontecerá todos os anos”, garante Roberta Ferreira. O final do evento contou com homenagens ao secretário estadual de meio ambiente e recursos hídricos, Dalton Macambira, ao presidente da ONG Mais Vida, João Freitas Filho e ao ambientalista Alcide Filho, por seus trabalhos em prol da causa ambiental. Também foram distribuídas mudas, simbolizando a importância de se preservar as matas que margeiam os rios.